Ondas Gravitacionais e a Astrofísica de Altas-Energias
Rodrigo Negreiros (IF-UFF)
As recentes observações diretas de ondas gravitacionais, efetuadas pela colaboração LIGO, renovaram o interesse da comunidade científica pela astrofísica e em particular pela teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein. Esta teoria, que completou seu centenário em 2015, representou uma mudança de paradigma na física e moldou a maneira que viríamos a enxergar nosso universo e o próprio espaço-tempo. Ainda assim, manifestações da relatividade geral que permitem detecção direta (tais como ondas gravitacionais) são elusivas. Nesta apresentação farei uma revisão dos princípios da relatividade geral, passando pelas primeiras observações desta teoria (os chamados testes clássicos) até as previsões de ondas gravitacionais. A 2ª parte desta apresentação consistirá nas perspectivas futuras que as possibilidades de detecção continuada de ondas gravitacionais apresentam para a astrofísica. Em particular, irei focar no regime da astrofísica de altas energias. Este regime, de maneira geral, consiste em corpos celestes em que encontramos a gravidade em regime forte, de maneira que a descrição de sua dinâmica requer o uso da relatividade geral em sua plenitude. Exemplos de tais sistemas são: estrelas de nêutrons, buracos negros, sistemas binários do tipo estrelas de nêutrons/estrelas de nêutrons e/ou estrelas de nêutrons/buracos negros. Irei discutir brevemente as propriedades desses sistemas, com foco em estrelas de nêutrons e as possibilidades abertas pela possibilidade de detecção de ondas gravitacionais destes corpos.